domingo, 10 de fevereiro de 2008

Fátima, Aurora do Terceiro Milênio, de João S. Clá Dias



No século do ateísmo, o anúncio do Reino de Maria



Em Fátima, Nossa Senhora não se dirigiu apenas à geração do início do século XX, mas sobretudo às que vieram depois. E à medida que as décadas foram passando, e o segundo milênio agonizando em meio a apreensões e tragédias, as palavras proféticas da Mãe de Deus tomaram mais realidade. Parecem ditas para os nossos dias, para nossa Pátria, para cada um de nós, para ti, leitor...

O que veio a Santíssima Virgem anunciar à humanidade pecadora? O que veio implorar?

Deus faz preceder suas grandes intervenções na história por numerosos e variados sinais. Com freqüência, serve-se Ele de homens de virtude insigne para transmitir aos povos suas advertências, ou predizer acontecimentos futuros.

Desse modo procedeu o Padre Eterno em relação ao advento do Messias, seu Filho Unigênito. A magnitude de tal fato, em torno do qual gira a história dos homens, exigia uma longa e cuidadosa preparação. Assim foi ele prenunciado durante muitos séculos pelos Profetas do Antigo Testamento, de tal forma que, por ocasião do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, tudo estava maduro para sua vinda ao mundo. Até entre os pagãos, muitos esperavam algo que desse solução à crise moral na qual os homens de então estavam imersos.



Em Fátima, a 13 de maio de 1946, o Cardeal Masella coroa a imagem de Nossa Senhora, em nome do Papa Pio XII.

Quase se poderia afirmar comsegurança que, quanto mais importante o acontecimento previsto, tanto maior a grandeza dos sinais que o precedem, a autoridade dos que o anunciam, e o tempo de espera.

É fácil, à luz desta regra, avaliar a importância das previsões de Fátima, pois quem no-las anuncia não é um Anjo, nem um grande santo, mas a própria Mãe de Deus.

Já na época das aparições de Fátima, nos primeiros anos deste nosso século, os acontecimentos mundiais faziam entrever o que seria a triste história contemporânea. De um lado, o progresso material quase ilimitado, a par de uma decadência de costumes como nunca antes se vira. De outro lado, guerras e convulsões sociais de proporções terríveis. A Primeira Guerra Mundial foi um exemplo dessa realidade, largamente superada pela Segunda Guerra Mundial e por tudo quanto se lhe seguiu.

Como Mãe solícita e afetuosa, quis Maria Santíssima, evitar todos esses males a seus filhos. Por isso, desceu do Céu a fim de alertar a humanidade para os riscos que corria se continuasse nas vias tortuosas do pecado. Veio, ao mesmo tempo, indicar os meios de salvação: a recitação do Rosário, a prática dos Cinco Primeiros Sábados, a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

No entanto, há algo mais, de importância primordial, que motivou a Mãe de Deus a transmitir sua mensagem aos três pastorinhos. É o anúncio da vitória dEla sobre o império de Satanás, ou seja, o Reino de Maria, previsto por São Luís Maria Grignion de Montfort e por vários outros santos.

Neste fim de milênio, que afunda nos pecados mais abomináveis, a celestial promessa de Nossa Senhora nos deve alentar e dar esperança.

Para que nossos olhos possam contemplar maravilhados o meio-dia desse sol ― o triunfo do Imaculado Coração de Maria ― cuja aurora despontou em Fátima a 13 de maio de 1917, a Virgem Maria nos indicou o caminho: "Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz".

D. Fernando Legal, Bispo de São Miguel Paulista (SP), incensa uma imagem da Virgem da Virgem de Fátima, presente a uma cerimônia de ordenação sacerdotal, em março de 1999.

Uma dificuldade surge, no entanto. Os pedidos de Nossa Senhora não foram atendidos; os homens continuam a pecar em progressão cada vez mais assustadora. Que razões temos para crer que Nossa Senhora dará cumprimento à sua promessa?

Suas próprias palavras. Pois a Santíssima Virgem só põe condições para evitar os castigos, não, porém, para fazer triunfar seu Coração Imaculado. Quanto a isto, o texto da mensagem não deixa dúvidas. Após o anúncio de uma sucessão de calamidades que adviriam para a humanidade caso esta não se convertesse, Nossa Senhora conclui categoricamente, sem antepor condição alguma: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

Como se chegará a essa vitória final sobre o pecado, não o sabemos, nem parece tê-lo revelado a Mãe de Deus. Apenas é certo que todos quantos atenderem seus pedidos se salvarão, e muito possivelmente serão chamados a participar do magnífico triunfo da Rainha do Universo.

É para esses acontecimentos gloriosos, anunciados por Nossa Senhora, que te convidamos a voltar o olhar, caro leitor. E que as palavras cheias de esperança na tua alma, de modo a poderes dizer com o salmista: Levantei os meus olhos para Ti, que habitas nos Céus. Assim como os olhos dos servos estão fixos nas mãos dos seus senhores, e como os olhos da escrava nas mãos de sua senhora, assim nossos olhos estão fixos no Senhor nosso Deus, até que tenha misericórdia de nós (Sl 122,1-2).

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